Observou seus colegas da porta da sala.
O professor dava aula.
As garotas conversavam,
E os meninos riam de si mesmos.
8h15 da manhã.
Sexta-feira, 11 de outubro de 2013.
A aula de Biologia tornou-se o estudo da morte.
O céu primaveril, nublado, enlouquecia os poetas.
O rapaz raro desatava em prantos...
Sozinho...
Chegou atrasado e pediu atenção.
Sentou-se em seu lugar de costume, escreveu um poema
E o amarrou em seus braços... outrora rasgados.
Chegou a rir um pouco de si mesmo
E chegou a sentir-se vivo por aquilo,
Mas todos já sabiam, havia muito tempo,
Que a morte o consumira.
8h20 da manhã.
Sexta-feira, 11 de outubro de 2013
Levantou-se e dirigiu-se ao tablado
Sob os olhares atentos dos desatentos colegas.
Arregaçou as mangas,
Arregaçou seu braço,
E o pendurou na lousa... para que vissem os desenhos que nele traçou
Outrora.
Enquanto o sangue escorria pelo chão de sua cova,
A sala permanecia em silêncio, horrorizada.
E, pela primeira vez, ouviu-se histeria de sua boca:
Um grito.
Um grito, apenas.
Um grito de extrema felicidade e agonia.
Um grito que, se tivesse vindo antes... não faria diferença.
E continuou.
8h38 da manhã.
Sexta-feira, 11 de outubro de 2013.
Sentou-se na cadeira do professor,
Ergueu sua pistola
E decepou sua cabeça de trás para frente...
Para que seus pedaços ficassem marcados na pele dos primeiros.
E o horror continuava, à medida em que liam o poema de seus braços...
8h55.
Sexta-feira, 11 de outubro de 2013.
Bateu o sinal,
anunciando o término da aula.
Bateu o sinal,
anunciando o
Poema que deve acabar enfim, em fim... como este
Fim.
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